Millennials: Que futuro profissional os espera?

| 9 de Agosto de 2017

Nos dias de hoje, saindo de casa e olhando em redor com alguma atenção, detetam-se aglomerados dos chamados Millennials, espalhados por cafes, esplanadas e outros espaços públicos, agarrados aos seus smartphones, iPads e laptops.

Qualquer observador, mesmo um que não seja perspicaz, depressa chega à conclusão que estes jovens (alguns já não tão jovens assim) dividem o seu tempo entre as redes sociais e a busca contínua do próximo projeto de curta duração que lhes permita manter a ilusão de que estão a construir currículo, nome e carreira.

A maior parte adapta-se a qualquer tarefa relacionada com tecnologia e computadores, mas há poucas décadas atrás o mundo não girava em torno de bits e flops, linhas de código e unicórnios.

Chamem-me dinossauro. Nasci num mundo sem internet: faço parte da última geração que brincou na rua, em que os telefones tinham linha e a televisão tinha apenas dois canais. Explicar isto a quem não o viveu é algo complexo e também inútil, do ponto de vista que a tecnologia veio para ficar, com os seus blogs, posts e likes. Mas, pergunto-me eu, neste vasto planeta em que os caminhos são cyber-infinitos, como saber por onde ir, como escolher?

Olhar para os pais, tios, avós – ou outras pessoas que estimamos genuinamente – pode ser uma fonte de inspiração. Sejamos realistas, a minha avó cozinhava muito bem e eu não me tornei cozinheira; no entanto, tenho um blog de culinária com visitantes assíduos, e graças a ele associei-me a uma empresa da nossa praça que integra vários estilos de cozinha num menu, levando uma multiplicidade de sabores, tradicionais ou exóticos, ao conforto do lar dos clientes.

Não tive formação oficial em nenhuma das ferramentas com que trabalho, embora reconheça que teria chegado mais depressa onde cheguei se tivesse investido menos tempo a decifrar o enigma das cogs na minha timeline e mais horas a debruçar-me sobre o mundo do CSS e do HTML.

A minha cara-metade teve uma experiência semelhante: o avô era mecânico, tal como o pai. Sem a mínima inclinação ou jeito para concertar motores, endireitar chapas ou calibrar pneus, cedo percebeu que os conhecimentos no meio dos quais tinha crescido lhe permitiam traduzir e estruturar websites do ramo como ninguém.

Não haja aqui enganos: o mundo precisa de cozinheiros e mecânicos. Mas se é possível buscar inspiração em pessoas próximas, reais, e escolher um rumo no mundo virtual, o que impede que se traga desse mundo a inspiração, aquilo que nos motiva, cá para fora e fazer disso uma arte?

 

Category: Cursos Profissionais

Comentários (1)

  1. ana jacinto diz:

    Profundamente de acordo consigo